lua cheia

lua cheia
Adormecendo nos braços do Oceano

quarta-feira, 30 de julho de 2008

EMOÇÕES ANCESTRAIS




Terá morrido há 24.500 anos...com 4 anos de idade. Viveu no Paleolítico Superior.
O esqueleto original está guardado no Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, em Lisboa.
O rosto do menino foi reconstruido pelo antropólogo norte americano, Brian Pierson.
O menino deitado no seu leito fúnebro é uma aproximação científica, a uma possivel realidade, de acordo com os elementos encontrados no local da sepultura.
Trata-se do primeira sepultura, respeitante ao Paleolítico Superior, encontrada na Peninsula Ibérica.
A criança apresenta traços de uma miscigenação entre o Homo neandertalensis e o Homo Sapiens. A importância desta descoberta assenta no facto de se acreditar, até então, que o Homo Neandertal tinha desaparecido sem deixar descendência.
O antropólogo Erik Trinkaus, diz que o Menino do Lapedo é uma lição para a humanidade, porque encerra em si a prova da convivência pacífica entre Neandertais e o Homem Moderno.
Estas descobertas foram feitas em 1998, no vale do Lapedo, distrito e concelho de Leiria.
É neste vale que eu costumo pedalar na minha bicicleta...ou trepar a pé pelas suas encostas...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

EMOÇÕES

Comprei um peluche...

É lindo.Tem olhos esverdeados...e um ar inocente, cheio de ternura.Faz despertar a criança que vive dentro de nós.

Emoções reprimidas, por uma visão demasiado racionalista da vida, condicionadas por uma cultura masculina, que não sabe como lidar com os sentimentos.


Homero, na sua obra "A Ilíada,"põe o bravo guerreiro Odisseus a chorar. Quando, na Idade Média, morreu o grande guerreiro francês Roland, 20.000 cavaleiros choraram até desmaiarem ...


Durante séculos, tempos duros de conquista, sem o conforto das gerações actuais, as lágrimas eram uma expressão natural que garantiam algum equilibrio emocional.

Com a Revolução Industrial, as fábricas precisavam de operários muito concentrados e pouco emotivos. A emotividade tornou-se um assunto privado para se resolver atrás de portas fechadas.

Mesmo no campo da psicologia, entre o século XIX e princípios do séculoXX, grandes mestres, definiram grandes princípios, que hoje são, considero eu, enormes "barbaridades".

J.B.Watson, o fundador da teoria do comportamentalismo ( ou behaviourismo) afirmava que as mães não deviam, beijar os filhos, pegar-lhes ao colo, encavalitá-los joelhos...porque estavam a construir um ser humano completamente incapaz de lidar com o mundo onde mais tarde teria de viver.


A inteligência foi, durante muito tempo, expressa em termos do Q.I. Essa forma de avaliação, por si só, está fora de contexto. Hoje o equilibrio é encontrado em conjunto com o Quociente Emocional (Q.E). Não tenho dúvidas de que Hitler era dotado de um elevado Q.I. Mas sendo desprovido de Q.E ficou reduzido a um estado alexitimico, também chamado de cegueira emocional, tornando-o num dos maiores criminosos da História.
Eu fui, durante muitos anos, educado dentro do princípio de que "um homem nunca chora".
Hoje sei, um saber de experiência feito, que é MENTIRA...E não me sinto menos HOMEM por isso.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A NUVEM RESPONDE AO SOL

Pela areia branca da praia, molhando os pés no rendilhado da espuma das ondas, caminham o DÓ, o RÉ e o MI; mais á frente, sentindo a magia do momento, seguia FA com vontade de abraçar o SOL. Estavam todos á espera que chegassem o LÁ, e o SI.

Juntos, porque juntos seriam mais fortes, queriam pedir á nuvem...
-Olá querida nuvem, arrefece um pouco o SOL. A FA quer abraçá-lo-como são doces os abraços-sem medo dos escaldões...ou de outro medo qualquer.Há quem diga que o medo, esse eterno companheiro, é que guarda a vinha...mas também nos impede de saborear o prazer de comer as uvas.

Falaram do quanto a terra precisa de humedecer os seus lábios ressequidos, para poder distribuir uma profusão de beijos.Beijos castos, de ternura, beijos intensos de amor e paixão...porque a terra também AMA....

-Querida Nu vem faz esse favor-pediu o SOL, que foi o que mais falou. Ele estava mais vermelho que um tomate maduro mas conseguiu expressar o que lhe ia na alma.
O SOL pediu á Nu vem que abrisse as suas entranhas e deixasse as suas gotas de água cairem docemente sobre a natureza...para que a vida não se acabe...porque também é possivel AMAR á chuva...
Ele tem medo que algum passarinho mais atrevido e em desespero de causa, abra as cortinas de tule azul e pique a Nu vem com o bico afiado...provocando-lhe lágrimas de sofrimento.

-Querido SOL-disse docemente a Nu vem, com olhos meigos de ternura e lábios desejosos de beijos-o meu coração não consegue resistir ao teu pedido. Vou encher o peito de água e acalmar a sede da terra estiolada. Vou arrefecer o teu calor...para te poder abraçar. Vou beber o café contigo...amanhã ou noutro dia qualquer.Irei cavalgando um cavalo alado, ou voando nas asas da imaginação. Não precisas mostrar-me o caminho. Eu SINTO a tua presença. Não acredito no que disse o Miguel Esteves Cardoso sobre o AMOR. Se calhar ele nunca AMOU de verdade.

Queria terminar dizendo que,no meu mundo,aquilo que passa pelo tule azul e pica com o bico afiado não são os passarinhos...são as melgas.

OBRIGADO Nu vem.

Beijinhos


PS.: Para se entender esta minha mensagem é preciso ler o excelente trabalho de f@ publicado em 20/07/2008, no seu blogue http://ondasnasnuvens.blogspot.com

terça-feira, 15 de julho de 2008

ALTERNATIVA AO PETRÓLEO

Meio de transporte terrestre, não poluente e movido a energias alternativas.
Estrutura tubular em aço reciclado, ar condicionado ecológico, pintura á base de componentes inócuos para o ambiente.
Grande capacidade de manobra e eficaz sistema de travagem ás duas rodas.
Equipado com um antigo sistema propulsor, em bom estado de conservação, capaz de fazer 0-10km em meia dúzia de pedaladas, sem levantar o rabo do selim.
Combustível verde, renovável, á base de hortaliças e leguminosas, acompanhadas de sumo de uva fermentado, de boa qualidade ...mas só em dias de festa. Baixa emissão de gases intestinais, que podem variar ligeiramente de intensidade em dias de feijoada transmontana...mas sempre sem perigo para o meio ambiente.


E vejam só as belezas escondidas que se descobrem com este meio de transporte.
Neste caso trata-se do vale do Lapedo, a poucos quilómetros de Leiria.

sábado, 12 de julho de 2008

DIGAM-ME QUE É MENTIRA

Dizem que a avestruz esconde a cabeça na areia para não ver os problemas .

O mesmo acontece com alguns seres humanos, infelizmente a maioria.



Há alguns anos atrás, pessoas notáveis e cidadãos comuns, desfilaram em Lisboa, protestando contra a morte dos touros, na praça de Barrancos. Não vou explanar aqui a minha opinião sobre tão polémico tema.

Choca-me que quem defende a vida de um animal, que acabará no meu prato em bifes de cebolada, não se empenhe com o mesmo entusiasmo a defender os nossos filhos, dessa horda de PEDÓFILOS, que sendo seres vivos não são de modo algum seres HUMANOS.

Vi e ouvi, esta semana, num programa televisivo, um comentador dizer que o governo se prepara para legislar no sentido de permitir a ADOPÇÃO de crianças, por parte dos PEDÓFILOS.

Por FAVOR, alguém me diga que eu entendi mal a notícia ou serei obrigado a acreditar que descemos ao mais baixo degrau da dignidade humana, neste país á beira mar plantado.

E mais não digo, porque se manifestasse a profundidade da minha indignação, corria o risco de alguém ressuscitar o fantasma da censura e eu acabar no forte de Peniche, como nos tempos áureos de Santo António...de Oliveira Salazar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A BELEZA DA VIDA E A FRAGILIDADE DA INOCÊNCIA



Não consigo imaginar o mundo sem flores.Fico extasiado diante da sua beleza...
Gosto de sentir que as crianças são as flores, no jardim da vida. A intensidade da beleza, aliada á fragilidade do ser. São fruto da genética e do meio envolvente. Aprendem mais pelo que vêem do que pelo que ouvem.
Têm o direito a ser amadas e protegidas.
Era um Domingo de manhã. Como em quase todas as manhãs de Domingo, eu estava sentado naquela esplanada a ler um livro, enquanto bebia um café.Vejo chegar uma jovem senhora, empurrando um carrinho de bébé, tendo a seu lado uma criança de tenra idade e traquina como todas as crianças, naquela fase da vida. Assentaram arraiais numa mesa, mesmo atrás de mim.
Continuei a minha leitura, indiferente ao choro do bébé, ás tropelias da criança e á dificuldade da mãe em controlar a situação.
De repente as minhas narinas identificaram um odor, por demais conhecido, e os meus neurónios fizeram disparar as campainhas de alarme.Cheirava a fumo...de CIGARRO.
Aquela mãe soltava enormes baforadas tavagistas ...enquanto, com uma mão, sossega o bébé e com a outra tenta segurar o traquina, que insistia em pirar-se, para ir brincar com a água do repuxo, ali ao lado...
Lembrei-me de Augusto Gil.
Que os adultos sejam tão estúpidos
Enfim.
Mas as crianças, Senhor?
Porque lhes dais tanta dor?
Porque são obrigadas a sofrer,
Uma ESTUPIDEZ assim?
Ditosa Pátria, que tais filhos tendes...